Aqueles adolescentes eram "papagaios", viviam a catar/engolir/decorar palavras em diversos diálogos do cotidiano. No meu curso ginasial alguns professores nem sabiam falar/escrever. Um mundo de erros gramaticais que nem a escola podia corrigir. E com os ouvidos cansados de tanto "barulho", sentenciei: "quero ler e escrever corretamente”. Mas a pele da sociedade é rachada pela doença da mal educação, vítima de um fazer governamental errante, que perdura década após década. Gosto de anotar esses dizeres, grafados pela fome, mal pintados pelo carvão. As palavras ditas erradas estão à beira do caminho, nas rodovias, nas paredes das casas humildes: fala costumeira e visceral do nosso povo. Entendo bem essa fala/escrita emboloada, trazida pelo vento, colonizada, misturada. Professor é um mediador, não único detentor do saber; portanto, busquemos os livros que são agentes da transformação. Erro de gramática é acerto da linguística, e não são apenas palavras que perdem as pernas: uma nação é construída por homens coxos pesados de defeitos.
O mal falado talvez seja aquele que fala melhor
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