Quando Bibi Ferreira excursionou pelo país com a peça Piaf, nos deu oportunidade de assistir um dos trabalhos mais bem idealizados da dramaturgia. O Teatro Paulo Pontes, em João Pessoa-PB, superlotou e as canções que mais me marcaram naquela noite, foram L'Accordéoniste e Le Vie en Rose. A forte presença cênica da atriz emocionou a plateia, embalada pelo irretocável repertório: Milord, Padam Padam, La Foule, Non je ne Regrette Rien e o antológico Hymne à L'amour.
Piaf, o espetáculo, cumpriu sua temporada em Paris, onde viveu Édith Piaf. A cantora faleceu nos arredores de Grasse, em outubro de 1963, aos 47 anos. Da amargura à glória: a menina ór(fã) que tinha as ruas como palco, à margem do glamour parisiense, tornou-se ícone de la chanson française.
Não pude reencontrar Bibi Ferreira In Concert nem quando rememorou a fadista Amália Rodrigues. Estranha forma de vida, Fado da saudade, Coimbra, Lisboa e Nome de Rua, são referências da canção portuguesa. Esses musicais só foram apresentados nos grandes centros do país e ao público das maiores capitais do nordeste, como Recife e Fortaleza, dificultando a acessibilidade dos admiradores mais distantes.
O longo vestido negro guardava o corpo miúdo de pássaro: o nome Piaf veio do próprio canto e suas canções atenuaram os dissabores da França do pós-guerra: "flutuava como um Beija-flor na rosa..."
Bibi plural: (en)canta (Piaf, Chico, Amália...), interpreta, compõe, toca piano e dirige... É comovente e bonito vê-la em suas incorporações teatrais, onde se ouve, também, a fala das mãos.
E por último, no Teatro Pedra do Reino, em João Pessoa-PB, assisti "Bibi canta Sinatra". Naquele ano de 2016 (dezembro já se aproximando ) ela seguiria para NY com o mesmo espetáculo e teve uma brilhante apresentação no Lincoln Center.
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