aparador de cabeleira, crina
não de inseto que ferroa,
aplicador de veneno, vacina.
Fila de homens sentados,
espirrando, dando escarros:
água de cheiro, pó na gola
homem-barbeiro de mercado.
Barbeiro fabrica espuma,
beiço de navalha amola;
barbeiro, esse que corta,
não o que sangue suga.
Barbeiro mexe misturas:
água, breu, álcool, lavanda.
Barbeiro capinador
apara o mato da barba,
puxa o arado à roça
esfola o campo da cara.
o divã, a faca, o assassino;
homem com pele de suíno.
imagem: 3.bp.blogspot.com
o divã, a faca, o assassino;
homem com pele de suíno.
imagem: 3.bp.blogspot.com
Excelente poema, aqui onde melhor se expressa: linguagem escorreita, plena de imagens, como se quisesse trazer o referente para os braços do leitor.
ResponderExcluirMárcio a vida também se polda: esse corte diário nas idéias, no relacionar-se, no andar, onde implantar cabelo é muito complicado. Bom domingo! Abç
ResponderExcluirMuito bem realizado... E me lembrei do meu pai, quando voltava do barbeiro... Palavra tem esse poder estranho de tornar presente o que já foi.... Abraços!
ResponderExcluirMuito bem realizado... E me lembrei do meu pai, quando voltava do barbeiro... Palavra tem esse poder estranho de tornar presente o que já foi.... Abraços!
ResponderExcluirHomem de cara nevada, parece uma montanha; de barba azul, um toucinho (risos). Bjs.
ResponderExcluirDemais, Francisnaldo. Que poema! O trabalho com as palavras, a medida do verso, o ritmo, o significado. Tudo nesse poema é feito com maestria. Perfeito!
ResponderExcluirJoão
Poema brilhante,Borges. De mestre. As palavras, a medida do verso, o significado. O jogo da poesia com traço perfeito. Você está no meu cânone.
ResponderExcluirAbraços, João
Bem vindo ao Sol... Palavras assim me fazem escrever mais: me encorajam. De manhã cedo gosto de escrever no estacionamento, nos pára-brisas nevados. Volte sempre, obrigado.
ResponderExcluirJoão, valiosa passagem nesses escritos. Abç
ResponderExcluirJoão, valiosa visita. Abç
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