Desde menino escuto falar em cometas. No ano de 1970, meu pai me acordou de madrugada, por volta das 04:00 horas, para avistar um cometa que se estendia no nascente: tinha uma calda quilométrica, um emaranhado de neurônios luminescentes e núcleo de estrelas multicolores, ilustrando ainda mais o rosto d'aurora. A luz penetrante do sol, foi ofuscando aquela exibição. Vista com olhar infantil, sem maiores êxtases na retina, a imagem me arrepiou: indaguei muito meu pai sobre aquela aparição inusitada. "Experência dos mais velhos: esse ano poderá ser de seca ou muito doentio", explicou ele, que dependia da chuva e da terra... Aquele claro, ainda hoje, se acende na memória. Em 1986, quando teve aquela mídia toda com a aproximação do Cometa Halley, compravam-se lunetas e telescópios, em todo o planeta formavam-se grupos em vigílias. No Brasil foi visto por poucos, no entanto, sondas espaciais de três continentes o saudaram. E da terra, quem o viu se espantou, por que os cometas - supersticiosamente -, vêm acompanhados de acontecimentos marcantes ou catastróficos, desde a antiguidade. Astronautas abrem champagne em "camarote" espacial e assistem ao espetáculo: mais parecido com o sol desabando, arrastando o universo. O nome veio do astrônomo inglês Edmond Halley, que calculou sua trajetória orbital. Mas os cometas regressam e os homens se vão... “Quando os mendigos morrem não há cometas à vista: os próprios céus anunciam a morte dos príncipes” - acrescentou William Shakespeare.
Nenhum comentário:
Postar um comentário