quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Pontos acesos






























Por aqui, nessa região do curimataú, qualquer sinal noturno clareando o céu, dizem logo: "Isso vem da 'Barreira do Inferno' ", apontando para Natal-RN. Pode cair espaçonave, que simplificam: "é foguete"... Mas no inverno, se um vaga-lume passar por alguém, causa espanto e alarme: "Um disco voador..."
Estudantes que faziam o trajeto noturno de Nova Palmeira a Picuí-PB (e vice-versa), garantem que por várias vezes foram perseguidos por Óvnis, em retas e curvas da estrada:   esses objetos voadores não identificados, possivelmente, vêm de planetas do  nosso sistema solar ou de longínquas galáxias. Nos relatos do livro "Como Escapei do Triângulo das Bermudas", o autor afirma que há uma sucção nas águas oceânicas daquela região,  onde ocorrem os desaparecimentos: é um longo documentário... Essas luzes mudavam de cor e de tamanho e  muita gente ia fazer vigília no rio "Araújo", município de Picuí-PB. Outros grupos  se posicionavam na trajetória... Iam acompanhar a caminhonete Chevrolet, chamada de "Muda", quando a estrada era de barro e pedregulho. E as visões não partiam de uma só pessoa, até o motorista confirma o acontecimento. Não puderam testemunhar o fato para o público curioso: tudo ficou como história mal contada, exagero e sensacionalismo da juventude estudantil.  



II

Noite dessas, por volta das 20:00h, depois da "Serra Aguda", município de Nova Palmeira-PB, sentido norte/sul, um fusca a 40km/h, desce a primeira ladeira e uma luz de cor vermelha, esférica e pequena, pousa à esquerda, a poucos metros do automóvel e não se deixa ultrapassar: continua proporcionalmente adiantada. O pensamento era o mais veloz: a princípio imaginei ser  as luzes dos faróis refletindo em chifres de boi ou em olhos de coruja, mas a mais ou menos 300m resolve decolar e se alonga, cria calda de foguetão e vem por cima do carro, invertendo o sentido. O motorista não fez alarme, continuou a dirigir, mudo. E eu na expectativa, confuso,  mas atento à cena: "Viu essa luz na pista"? Ele responde tenso e intuitivamente: "Isso são fogos que vêm da festa da padroeira de Pedra Lavrada-PB". Quer dizer: ilusão de ótica, tocaias magnéticas, oscilação de raciocínio, porque a cidade para onde nós nos dirigíamos, estava a uma distância de dez km, em meio a  morros, serrotes e outras elevações na terra; seria impossível a consideração dessa hipótese. Avistam-se fogos de artifício, mas naquela ocasião não surgiriam em nossa frente. Levam-se em conta ainda, os detalhes  da trajetória do objeto e a sobriedade das testemunhas. A observação que faço agora, como conclusão, é a seguinte: concretamente um objeto pousara no chão com algum objetivo e recebe comando para decolar, então houve inteligência. Esse acontecimento não pode nunca ser tratado, pelos céticos, como fantasia ou invenção: "Há mais mistério entre o céu e a terra..." - alerta Shakespeare.



III

Era claro de pouco sol e a luz era cor de prata. Há cinco anos atrás, eu viajava com  outra pessoa, na estrada que liga Barra de Santa Rosa-PB ao Brejo paraibano. Depois do trevo de Cuité-PB, um pequeno sinal luminoso e alongado – em forma de folha prateada –, começa a se mexer, saindo do interior da terra seca, num descampado de barro vermelho: sem se avistar cristais ou objetos metálicos como justificativa. E ergue-se ganhando altura, multiplicando-se depois, formando hélices revoltas e inventando ventania no silêncio da planície.  Eram flexíveis e delicadas como tecidos de seda, um semblante ligeiramente gasoso e nada de folhas cortantes de alumínio.
A capoeira se povoara de esparsos pés de agave, com total ausência de lajedos, donde pudesse existir vestígios de extração de minérios.  Mesmo tendo, a mica, brilho e desfolhamento, não seria uma aparição extraordinária. Aqueles braços esvoaçantes dançavam um balé sobrenatural. Se fossem avermelhados, seriam labaredas de coivara ou despertar de vulcão. À beira-mar, seriam jangadas em campeonato de domingo e no mês  de fevereiro, alegorias de carnaval. Mas estávamos em plena caatinga: vegetação rasteira, cinzenta, num momento em que o sol se escondera, estava claro,  porém sem intensidade. Mas aos poucos, vão murchando, se enterrando onde nasceram. Aquela revelação me deixou com um olhar de perplexidade e impacientemente me adiantei: "Viu isso?" "Sim", respondeu quem estava ao volante. Depois seguimos pensativos, duvidosos e mudos porque não fora ilusão. Mais adiante pensamos em várias hipóteses: será que espírito se manifesta dessa maneira? Fogo-fátuo foi a mais provável.
IV

Na cidade de Nova Palmeira, quando um aeroplano despontou na serra, voando baixo, também disseram que era coisa do outro mundo. Mas era estratégia de políticos sobrevoando o pasto eleitoral: chuva de bandeirinhas, santinhos e vassouras de Jânio Quadros.

Um carro de passeio achatado, chamado "Baratinha", se encobria na poeira e nas longas ruas de Aveloz, fazendo muita gente se esconder nas juremas e marmeleiros, amedrontada.  E o medo de  automóveis na estrada perdura até hoje, porém, ligado a disseminação da violência.

E qualquer dia pousarão os marcianos e serão assediados pela população, pedindo autógrafos. Ou irão todos a Marte, como fizeram os palmeirenses mais corajosos num outro período eleitoral: o candidato a deputado Estadual era piloto de um avião Teco-teco e oferecia vôos panorâmicos aos  eleitores.


V
Terra-esfera flutuante, pista-pouso de pássaros lunares, cosmonautas e seres de outras rotas espaciais: o ar está cheio desses seres metálicos, quase apocalípticos, que invadem a privacidade e a paz celeste. É tempo perdido: vasculham, mas nada avistam, apenas a normalidade do cosmo. Quem desbrava o universo não são os caçadores: eles soltam seus robôs adestrados para farejarem o solo dos planetas, mas depois se engancham nos mistérios, "morrem de sede" e viram lixo espacial. Astronautas têm medo de altura, mas vão à Estação MIR, se extasiam e regressam a seu planeta: só Deus tem a visão e o controle total  do universo,  mas os homens insistem em voar mais alto.
O exercício de meditação me ensinou a reduzir a terra, sem precisar de viagem espacial. Não consigo ser somente terrestre, se tenho todo o cosmo pra desvendar: eu sondo(a).


VI
Numa tarde calma de verão, eu me sentei debaixo dos coqueirais da Praia do Cabo Branco, em João Pessoa-PB. O céu estava azul com longínquos torreões de nuvens na linha do horizonte. Eu as olhava, mas sem a ansiedade de trazê-las, apenas com a contemplação natural da paisagem. E a miniatura de um navio cargueiro deslizava em alto mar, rumo ao cais de Cabedelo. Não demorou muito, num mudar de vista, toda aquela imensidão se transportara e "caíra sobre mim", que eu quase virei da cadeira para trás com o peso sufocante do universo. Até o mar se derramou nos meus pés. Mas não teria sido eu quem fora de encontro às  nuvens? Depois que retomaram a posição anterior, foi quando avaliei bem a distancia... Não partiu de mim desejar essa experiência, no propósito de uma meditação astral. Tomando o assunto somente como exemplo: orienta-se ao indivíduo para não se amedrontar com a sensação prazerosa de desprendimento físico. Eu queria permanecer naquele estado transcendental, mas o medo desvencilhou-me daquela visão tão fascinante, inesperada e inexplicável.



VII


Crianças são anjos que pacificam os lares; formam e vão dar continuidade à família. Diante dessa perspectiva de enlace, sem se questionar o passo a passo da criação, são bem aceitas, desejadas: "Quero a casa cheia de filhos..." É um dizer em tom de juras de amor. O nascimento é a inclusão definitiva na vida e estatisticamente é um cidadão a mais, o resto é trajetória, história.
Mas, falando de crianças, um fato interessante, dito por muitos mais vividos, é que elas veem anjos, silhuetas, gnomos, vultos e outros movimentos. Eu já completara cinco anos de idade, quando vi vários  anjos aparecerem  no céu, às 14:00 horas: a visão preenchia o lado norte.  Mas puxando pela memória, não ouvi cânticos de louvor nem anúncios de trombetas: não eram figuras dinâmicas, aladas, que executassem dança nem outra coreografia. Também não estavam fazendo picnic, sentados sobre o algodoal das nuvens, onde só tinham o céu como guarda-sol. Hoje distingo bem aquelas imagens avermelhadas. Talvez uma pena espiritual tenha sido usada pelo pintor sacro, mas não havia moldura, fizera esses desenhos sobre o pano azul do universo.













4 comentários:

  1. Gostei do novo look e das histórias de disco voador... É de vero? Você viu a luz sobre o fusca?... Maravilha! Serra Aguda bem poderia ser um campo de pouso... Tem como chamar os discos? Assoviando? Juro que eu ia ver... Sou doida por ET... Bjs

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  2. É melhor vc ouvir a história dramatizada (risos). Nunca vi nada tão real em minha frente. Bjs voadores.

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  3. E ET vive sequestrando louras. Deixe aparecer disco...(risos)

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  4. há muitos anos atrás, conheci Dr. Miguel Dupont e ele me confessou que o livro "Como Escapei do Triângulo das Bermudas" É UMA OBRA DE FICÇÃO, pois não conseguiu responder todas minhas perguntas sobre a história.
    a história é interessante, mas é ficção.

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