Conheço bem essas águas barrentas, carregadas de paul. Nos primeiros aguaceiros ouve-se a serenata dos sapos coaxando. Lembro-me do menino anfíbio inaugurando as águas. As rãs executam um bailado e as jias põem-se a cantar um dobrado agourento: juntas, cantarolam a música que antecede a cópula aquática, núpcias. Meninos afoitos não enxergam os riscos e projetam saltos mortais, mergulhos quase suicidas. Dizem os mais antigos: águas represadas, aparentemente adormecidas, permanecem correntes, vivas e traiçoeiras. E o irmão mais velho salvou o menino do afogamento, do abraço mortal da mãe-d'água.
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