quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Mercadores


























Os galos caducos
de cristas pensas,
acenam às amadas
sob sentenças.

Os galos desfilam
ladeados por carrascos:
olhar de prisioneiros
em cortejo de holocausto.

Os engaiolados
resmungam poemas:
rua de compradores,
passos de feira.

Os mercadores
carregam gaiolas:
galos à venda
em beco de trocas.

Os matadores
amolam peixeiras:
galos calados
com suas tristezas.

Antigos feirantes
cruzando mercados:
galos despidos,
mãos em gargalos.








2 comentários:

  1. Essa feira parece campo de concetração, mas muito bom o poema.

    ResponderExcluir
  2. Oi Grace, o poema tem esse contexto: galos personificados. E o cotidiano tem também suas sentenças.Bjs

    ResponderExcluir